pcp
Qual deve ser o papel da Caixa Geral de depósitos?
20 de Julho de 2009 às 12:54
Re: Qual deve ser o papel da Caixa Geral de depósitos?
20 de Julho de 2009 às 01:55
O papel da Caixa Geral de Depósitos, como última entidade finaceira pública rentável - ao contrário de outras recentemente adquiridas, só pode ser o de, regulador do mercado financeiro e gerador de tecido productivo no sector privado.
Assim mesmo, no ensino ou na saúde, também o papel atribuido a esta entidade é bastante revelador da corrupção que caracterizou os governos dos trinta e três últimos anos, constatando que, foi nessas áreas que o nepotismo reinou sem cerco. A justificação destes, atribuindo uns resultados que para além de manipulados, maquilhados, tentavam legitimar a entrega de Portugal aos grandes grupos nacionais e transnacionais (uma diferenciação cada vez mais dificil), considerando e propagandeando a ideia que a sua manutenção era deficitária e contraproducente no sentido da garantia das reformas, subsidios de desemprego ou apoio à formação, retirou também a função maior de um grupo bancário público.
A Caixa Geral de Depósitos deve ser entendida como um complemento na economia productiva, na nacionalização da banca em geral e, concretamente, das entidades (quase todas) com beneficios.

Saudações

Mário Pinto
pcp
Re: Qual deve ser o papel da Caixa Geral de depósitos?
20 de Julho de 2009 às 04:30
Mais uma vez muito obrigado pela sua participação neste debate.
No fundamental, concordamos com as observações que tece acerca do papel que à CGD deveria caber.
A CGD, enquanto banco público, ainda por cima com a enorme expressão que tem no sistema financeiro português, deverá ser posta ao serviço do desenvolvimento harmonioso do país, constituir a base de uma política de acumulação pública de capital, absolutamente necessária ao desnvolvimento soberano do país, preferenciando o desenvolvimento da produção, na agricultura, nas pescas e nas indústrias transformadora e extractiva, particularmente no quadro dos apoios às micro, pequenas e médias empresas. Noutro plano, apoio à construção e desenvolvimento das grandes infra-estruturas de que o país carece.
As famílias também deverão merecer o seu apoio, mas não para o agravamento da situação de brutal endividamento em que se encontram.
A CGD, no actual quadro societário do sistema financeiro, com dominância das instituições privadas, muitas das vezes com elevadas participações de capital estrangeiro, deverá assumir políticas justas e adequadas, que gerem efeitos de exemplo e demonstração face às restantes instituições financeiras. Neste domínio, são diversas as propostas legislativas do PCP.
Sabemos porém, que não tem sido exactamente esta a linha de actuação da CGD, dependente do quadro de referência neoliberal dos sucessivos governos.
Porém, a orientação fundamental, a que o recente agudizar da crise veio dar mais enfâse, é clara e inequivocamente a nacionalização definitiva de todo o sistema financeiro-banca e seguros-colocando assim tão importante alavanca económica ao serviço do desenvolvimento do país, e não das escuras negociatas do grande capital financeiro.
Remete-mo-lo, a este propósito, para a declaração do PCP sobre a nacionalização definitiva da banca:

[www.pcp.pt]

Saudações