Resposta a um item anterior, refiro-me à banca como imprescindível na criação da actividade privada, a esta actividade privada em concreto, à PMME's.
Num momento no qual o acesso ao crédito se pauta por uma necessidade financiamento exterior por parte dos operadores nacionais, enquanto os juros não experimentarem o aumento que pessoalmente prevejo, os critérios de aceitação de risco por parte das entidades tornou-se bastante mais restrictivo. Assim sendo, devemos ter em conta que, a solvência de um grande grupo, quando comparada com um micro-empresário, é axialmente oposta. As limitações resultantes desta conjuntura são várias, porém, o condicionamento destes últimos no que à capacidade de suportar o crédito da sua carteira respeita é fundamental, contrariamente ao que acontece com os quase monopólios dos quais dependem, neste caso, os fornecedores, muitas vezes apologistas da concentração.
Por outra parte, também no favorecimento do corporativismo imposto aos governos tem um papel importante, concentrando o esforço público subsidiário na mão daqueles que, escravizando, retiram das listas do IEFP, em ciclos semestrais, um número maior de trabalhadores, mesmo escravizados. Ditando ainda a política do trabalho segundo a sua conveniência.
Contudo, não é só por aí que deterioram a pequena iniciativa, fazem-no - também por necessidade capitalista, deslocalizando, invadindo o mercado, absorvendo ou com agressivas campanhas de penetração, nas quais a margem pode ser igual a zero, algo contra o qual as PMME's não podem competir.
Estes são alguns factores que, acredito, podem provocar a ruína deste colectivo.
No que ao apontar soluções ou propôr medidas de constrição desta realidade concerne, podia alvitrar a restrição de margens, impondo um tecto mas também um mínimo; limitar a concentração de linhas de desconto e crédito outorgadas pela banca; equilibrar o volume da carteira com o capital ou o balanço; etc.
No que à contratação se refere, determinar no tempo a contratação mínima e máxima segundo a dimensão e actividade de cada empresa, assim como guardando uma relação directamente proporcional ao investimento e resultados de exercicio das mesmas; impôr a criação de estructuras sindicais em companhias com um número maior a "x" trabalhadores; impedir o alavancamento (o endividamento) de negócios consolidados em sintonía com o mercado objectivo dos mesmos, dispersando o risco - em caso de imperiosa necessidade ou projecto de redimensionamento visando outros mercados ou áreas - pelos trabalhadores, incorporando-os como proprietários, de forma singular ou colectiva mas com base no seu próprio critério.
Outras muitas propostas poderiam ser postas à consideração, porém, acredito serem estas suficientes para mudar - não melhorar - a correlação entre ambas dimensões.
Saudações
Mário Pinto
Editado 1 veze(s). O última edição foi a 2009/07/20 às 08:36 por Mário Pinto.