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Re: Reprodução medicamente assistida

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Reprodução medicamente assistida
16 de Julho de 2009 às 06:21
Depois de tantos anúncios (alguns bem demagógicos) e enunciados (que nunca passaram do papel), que soluções restam aos milhares de casais portugueses com problemas de fertilidade?
As clínicas privadas (onde a propalada comparticipação do Estado teima em chegar)?
As filas de espera dos raros hospitais públicos que aplicam técnicas de reprodução medicamente assistida?
O calvário de anos e anos dos processos de adopção?
A evidência de não poderem concretizar um projecto de família?
PCP
Re: Reprodução medicamente assistida
16 de Julho de 2009 às 06:52
Amiga Maria Machado

O direito à saúde está consagrado na nossa Constituição da República e temos que fazer com que seja respeitado.
Enquadra-se aqui o direito à reprodução medicamente assistida, que não pode transformar-se num rico negócio privado. È fundamental que todos os casais que passam por este calvário se sensibilizem para a necessidade de obrigar o Estado a apoiar estas famílias mais do que se transformar num direito de alguns.
Re: Reprodução medicamente assistida
16 de Julho de 2009 às 07:07
Ola Maria /PCP

Concordo com essa posição. Mas não deveria o estado ser capaz de controlar e limitar a abertura de espaços privados em Portugal?

Este assunto da sistema de saúde privado, que parece ter crescido em grande escala em Portugal, servindo uma classe alta que tem poder económico, parece ser semelhante ao que aconteceu com o comércio em Portugal, globalizaram-se as grandes superfícies, sem um controlo efectivo e limitado pelo governo, e hoje temos somos o país da Europa com mais grandes superfícies comerciais por metro quadrado. Isto originou problemas dramáticos no comércio local, tirou pessoas das ruas para enfiar dentro de espaços fechados!

No sistema de saúde as consequências do aumento do privado faz afastar médicos do público, que procuram salários mais elevados, e gera o aumento défice, em si já existente, de médicos de família. Penso que aqui o PCP tem um papel importante na aprovação de uma lei que limite a expansão de clínicas privadas e o reforço do sistema público de saúde.

Entretanto aproveito para pedir um comentário - solução para a questão das listas de espera no sistema oncológico apresentarem um panorama crítico. Esta prevista a ampliação do centro oncológico mas terão os portugueses que esperar até um estado crítico? O que prevê o PCP propor para abreviar este problema tão grave?

Um abraço,
PCP
Re: Reprodução medicamente assistida
16 de Julho de 2009 às 08:09
Amigo Nuno Pépe,

O Governo do PS/Sócrates ficará lembrado pela violenta ofensiva que lançou contra o Serviço Nacional de Saúde (SNS), cujo objectivo central passava pelo seu desmantelamento e entrega aos privados de importantes áreas da prestação de cuidados de saúde. Foi a isto que assistimos nos últimos quatro anos. Em Portugal fica cada vez mais clara a ideia de que existem alguns que perspectivam a saúde como uma grande área de negócio, de onde retiram chorudos lucros, e que reconhecem ao Estado apenas uma função de financiador. Pelo contrário, o PCP há muito que defende que seja colocado um fim na promiscuidade entre o sector público e privado e que a saúde deve ser um direito de todos para que o acesso, ao nível do SNS, a cuidados de saúde de qualidade, em segurança e em tempo útil seja uma efectiva realidade.

A saída de trabalhadores da saúde do sector público para o sector privado, tal como refere, resulta, em grande parte, no sentimento de desvalorização do seu trabalho, nos elevados índices de precariedade e da ausência de carreiras que consagrem as suas legítimas expectativas. Esta situação atinge contornos ainda mais graves quando se observa que há um claro aproveitamento do sector privado nos recursos humanos que foram formados e adquiriram experiência profissional no sector público.

Quanto à questão que coloca relativamente à oncologia é importante referir que o aumento das instituições destinados ao diagnóstico e tratamento de doenças do foro oncológico não determina, por si só, o fim das listas de espera. O PCP defende que muitas das doenças do foro oncológico poderiam nem sequer surgir se existissem verdadeiras políticas de promoção da saúde e prevenção da doença, no entanto, isto implicaria, tal como propomos, um maior investimento na área dos Cuidados de Saúde Primários.

Por outro lado é importante referir que as doenças do foro oncológico não são apenas tratadas nos centros oncológicos mas sim de uma forma generalizada no conjunto das instituições de saúde. Assim sendo, a redução das listas de espera para tratamento de doenças do foro oncológico passa sobretudo por uma promoção da sustentabilidade e aumento do financiamento das instituições do SNS, no sentido da promoção do desenvolvimento de todas as suas potencialidades, do pleno aproveitamento da capacidade instalada e o reforço dos recursos técnicos e humanos. Se estas propostas do PCP fossem concretizadas, não temos dúvidas de que o acesso dos cidadãos a cuidados de saúde com qualidade, em segurança e em tempo útil seriam uma realidade.