Caro Bruno Dias,
Julgo também, como no discurso do estado, que a prioridade deve ser dada à prevenção. Isto só por si não indica desresponsabilização e pode ter um fundamento apenas técnico. Se é usado como desresponsabilização (também acredito que o seja) então combata-se isso! Nesse ponto estamos de acordo.
Quanto à rede nacional de escolas promotoras de saúde não me vou pronuciar porque não sei o suficiente dessa matéria, no entanto quanto às iniciativas de prevenção primária de toxicodependência as acções a nível escolar foram as que tiveram maior prevalência de acções. Havendo por exemplo um grande deficit de intervenção junto de jovens em abandono escolar, estratégias de intervenção junto de grupos de pares, outras.
Pareçe-me prioritário qualificar algumas dessas acções em contexto escolar, isso sim. Mas em termos quantitativos não é uma área "carenciada" no âmbito dos projectos de prevenção já existentes, pelo contrário...
A este propósito o relatório de 2003 dos PMP do IDT indica como aspectos positivos das intervenções efectuadas a forte presença das intervenções em contexto escolar, sendo indicados como pontos negativos/áreas que necessitam maior intervenção:
"- Diminuto nível de intervenção em áreas mais específicas, quer ao nível dos grupos alvo a abranger, quer ao nível das acções e respectivas metodologias de intervenção
– jovens em situação de abandono escolar e família;
- Diminuto nível de intervenção com e através de populações-alvo estratégicas" (...) (
http://www.drogas.pt/media/relatorios/pmp/relatorio_2003_PMP.pdf)
Julgo que estes e outros dados técnicos deveriam ser mais valorizados.
Referir meio escolar e grupos de risco como alvo prioritário parece-me fraco e indicador de algum desconhecimento das experiencias já existentes (ou pelo menos esse conhecimento não terá sido aplicado da melhor forma no Programa aqui em discussão).