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Cultura

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pcp
Cultura
29 de Abril de 2009 às 09:20
Cultura
Re: Cultura
29 de Abril de 2009 às 09:29
Sou morador na Amadora.
Desde há muitos anos que me lembro de não existirem quaisquer actividades culturais nesta cidade. Não há uma única sala de cinema, a o CC Babilónia encerrou já há uns anos, o Lido com uma sala à antiga estava parado ainda há mais anos e foi recentemente destruído por um incêndio. Recordo-me da Amascultura, um grupo de teatro que actuava regularmente no concelho.
Não sinto qualquer apoio, pela CM da Amadora, aos jovens do concelho que pretendem formar associações de carácter cultural.
De que forma o programa eleitoral do PCP para as legislativas pode responder a este problema?
pcp
Re: Cultura
29 de Abril de 2009 às 09:52
Caro amigo, João Baptista.

Apesar de se ter referido à actividade de uma Câmara Municipal, que por sinal tem uma maioria política PS, a sua análise poderia ser extensível às actividades culturais na generalidade do país. Desde logo, porque a política cultural produzida pelo actual governo PS está indubitavelmente marcada pelo abandono de responsabilidade pública nas políticas culturais, e pela desresponsabilização do estado, pelo estreitamento das zonas de responsabilidade directa da administração central, pela asfixia orçamental, pela elitização e pela privatização e entrega ao mercado de actividades de equipamentos e património.

As verbas postas à disposição da cultura, 0,3% do OE, expressam bem a orientação de cedência ao neoliberalismo em toda a linha.

O PCP defende 6 orientações para a democracia cultural:

1º O acesso generalizado das populações à fruição dos bens e das actividades culturais é o objectivo básico fundamental de qualquer política de democratização cultural. Se ao Estado cabe um papel insubstituível, este objectivo é e deve ser uma preocupação crescente e cada vez mais qualificada do movimento associativo e popular, do movimento sindical e das Autarquias. Enquanto estruturas e orgãos de representação popular, mais próximas dos trabalhadores e das populações, elas têm um papel insubstituível na iniciativa cultural própria e na entreajuda às iniciativas culturais, na reivindicação e no protesto em face das omissões do poder central. Tendo em conta a sua especificidade própria poderão desempenhar um papel na recepção, intermediação e produção populares da cultura. Poderão por exemplo ter um papel na construção de uma rede popular de ensino artístico e de formação de públicos.

2º O apoio das diversas estruturas do Poder Central ao desenvolvimento da criação, produção e difusão culturais, com a rejeição da sua subordinação a critérios mercantilistas e no respeito pela controvérsia e pela pluralidade das opções estéticas. O poder central mantém um papel insubstituível na protecção activa dos direitos culturais à fruição e à criação culturais. Tendo em conta a situação a que se chegou, a falta de continuidade histórica das instituições e estruturas culturais em geral, torna-se imperioso criar uma estrutura governativa que promova de forma sustentada os necessários enlaces do Ministério da Cultura com os ministérios que lidem com outras esferas da cultura, designadamente, a educação e o ensino, a ciência e a investigação científica, a formação profissional, o serviço público de comuicação social. Uma tal estrutura não deve substituir-se aos trabalhadores culturais, nem, como tem sucedido, gerar clientelas dependentes, mas apenas concentrar esforços, coordenar planos, avaliar resultados e eliminar desperdícios provenientes da actual descoordenação.

3º A valorização da função social dos criadores e dos trabalhadores da área cultural e das suas estruturas e a melhoria constante da sua formação e condições de trabalho. A situação dos Jovens Criadores é merecedora de atenções especiais, de modo a combater o que actualmente são ameaças que condicionam a qualidade e a independência do seu trabalho. Sem pôr em causa a flexibilidade das estruturas em que se agrupam, devem eliminar-se os riscos de uma precarização das relações de trabalho que os torne dependentes das entidades que os apoiam. A formação deve procurar acompanhar o aparecimento de novas artes ou práticas artísticas nos territórios de fronteira entre as artes já consagradas, ou devidos justamente a interações entre elas. No reconhecimemnto do seu papel insubstituível e do direito constitucional de todos os trabalhadores, também os trabalhadores da cultura e as suas organizações representativas devem participar na definição das políticas que lhes digam respeito.

4º A defesa, o estudo e a divulgação do património cultural nacional, regional e local, erudito e popular, tradicional ou actual, como forma de salvaguarda da identidade e da independência nacional. É necessário reconhecer que somos fiéis depositários de um legado destinado a outros que virão depois, legado perante o qual temos uma fidelidade activa. Reconhecer que nesse legado e naquilo que nós próprios fizermos vão em parte os traços do nosso rosto e os gestos das nossas mãos, é participarmos activamente no processo histórico da nossa identidade. A identidade nacional não é uma unidade mística, nem a independência nacional tem que ignorar a interdependência entre estados e entre povos; mas sem identidade e não independentes teríamos muito reduzidos os meios de resistência e de defesa de um projecto colectivo transformador e de progresso, num mundo de igualdade entre os indivíduos e entre os diferentes povos.

5º O intercâmbio com os outros povos da Europa e do mundo, a abertura aos grandes valores da cultura da humanidade e a sua apropriação criadora, o combate à colonização cultural e a promoção internacional da cultura e da língua portuguesas, em estreita cooperação com os outros países que a usam. Contra o afunilamento das nossas relações culturais, potenciando a singularidade da nossa História e o facto de a língua portuguesa ter sido adoptada como sua por várias literaturas nacionais, em outros continentes, Portugal pode e deve desempenhar um papel mais activo, rigoroso e sustentado no diálogo das culturas. Esta é aliás uma das respostas possíveis ao domínio quase exclusivo do cinema, das séries de televisão e da música anglo-saxónicas e, em especial, norte-americanas, nos respectivos mercados em Portugal. Não se trata de contestar ou de pretender elidir o contributo da cultura americana para a cultura da humanidade, mas tão só o poder hegemónico asfixiante das indústrias norte-americanas que padronizam hábitos e preferências de consumo, exportam “clandestinamente” os valores que legitimam e naturalizam a sua própria hegemonia, enquanto proscrevem outras maneiras de produzir imagens, sons e narrativas do mundo.



6ª A democratização da cultura, entendida e praticada enquanto factor de emancipação. Este entendimento e esta prática fazem a diferença, são uma das componentes indeclináveis da diferença comunista. Social e individual, a emancipação supõe o enriquecimento das relações colectivas, o equilíbrio entre as relações de pertença, o reconhecimento da singularidade própria e da dignidade de cada um, uma consciência crescente da nossa posição na sociedade e no mundo.
Re: Cultura
29 de Abril de 2009 às 10:11
Caros Camaradas,

Em relação á poltica de cultura nas autarquias de maioria CDU tenho de dar os meus parabens aos eleitos desta coligação.
Resido no concelho do Seixal e as inumeras iniciativas bem como a preocupação com a abrangencia das mesmas reflecte o desejo firme que a cultura seja um bem comum e não de uns poucos endinheirados...

FORÇA CDU!!!



Editado 1 veze(s). O última edição foi a 2009/04/29 às 10:22 por Rui Piedade.
Re: Cultura
29 de Abril de 2009 às 12:41
Camaradas,

No respeitante à cultura, a alienação, a manipulação informativa, a exposição dos trabalhadores às politicas esclavagistas, e na realidade maniqueista amparada pelas leis promulgadas pelos governos de direita que temem mas impõem, favorecendo a luta de classes com consciência da desprotecção que sofre o Povo do nosso país, impedem que a cultura seja criada no sentido do desenvolvimento dos Portugueses, resultando esta numa imposição da uniformização pretendida pelo corporativismo global.
Antevendo a perda da nossa identidade enquanto Povo, a descaracterização de uma cultura própia que garanta a diversidade respondendo às necessidades concretas com soluções concretas, é fundamental salvaguardar a diferença dentro da unidade, acredito ser a CDU, como única coligação democrática, de base, em Portugal, a única opção credível (com um histórico que fala por si só) para a defesa da cultura do nosso país.

Saudações revolucionárias.
Re: Cultura
29 de Abril de 2009 às 01:41
No que respeita à cultura, acho que está na hora do PCP + PEV (CDU) apresentarem uma moção contra a realização de touradas neste país bem como da não ultilização de animais em circo!

Tal como o Rui Piedade diz a CDU nas Autarquias é a força da vanguarda, a força que sempre mais cultura deu, mais movimento associativo tinha e dava apoio, que mais actividades realizava com e para a população, sou de Loures e infelizmente sei o que perdemos com a "tomada de posse" do PS e, por sermos de vanguarda já está na altura da CDU não ter medo de perder votos (viu-se o exemplo de Barrancos!) e aproximar-se das medidas tomadas por países à frente como a Alemanha, França, Inglaterra no que respeita à não existência de Touradas com animais espetados porque o que existe no nosso país não é cultura mas sim tortura! Se é pela cultura e pela manutenção da espécie continue a manterem-se os grupos de forcados, que enfrentem um touro sem os cornos cortados e com doses de "panacad" nos rins e corpo antes da actuação e comece a fazer prevalecer a cultura das indumentárias e todo o espectáculo visual com a nova forma, acrobatas a tourear o touro, saltando por cima dele e fazendo de facto um espactáculo justo, sem maus tratos e sem SANGUE!

No que respeita ao circo, é infelizmente uma cultura pobre o circo em Portugal, temos de impulsionar a existência de escolas de circo a sério como em França e daí faça-se um circo de qualidade sem a utilização de animais, cujas condições não existem para os manter em cativeiro, quer pelos maus tratos a que estão sujeitos!

Esta é a minha perspectiva de comunista e de defensora dos direitos humanos e dos animais!
Re: Cultura
29 de Abril de 2009 às 04:07
Camarada Vanessa,

Nao podia estar mais de acordo contigo, mas nós fazemos parte de um colectivo partidario, as opiniões e opções dos camaradas de Barrancos são vontade do colectivo, se vivesse em Barrancos votaria dentro do colectivo partidario pela abolição dos touros de morte, mas o colectivo assim decidiu e é isto que faz do PCP um partido verdadeiramente democratico onde todas as opiniões contam e onde existe um debate serio e honesto sobre as orientações e decisões partidarias, é isto que somos e é isto que seremos ao contrario do que diz a comunicação social totalmente serventuaria dos interesses instituidos, aqui debatemos aqui decidimos...

É assim o nosso partido Comunista Portugues!!!
Re: Cultura
29 de Abril de 2009 às 05:06
Penso que será também pela cultura que Portugal deve sair da crise em que se encontra. Por exemplo penso que o Portugal deve exportar os seus bons produtos musicais.Devemos entender a musica como um factor de desenvolvimento.E também como um produto cultural de exportação.Temos alguns bons projectos musicais.Penso que o programa do PCP deve contemplar a cultura como um factor de alavancamento. A exportação de bens e produtos culturais é um factor a ter em conta, face à qualidade de peças de arte (neste caso-musicais) e de artistas que possuímos.Estou a falar de música mas há outras artes.
Sim é possível um Portugal de cultura!